sábado, 28 de maio de 2011

Yesterday

Every time i try to move on, you're still in front of me - E eu não gosto. Sempre que tento sair desta confusão e ficar como deve de ser, lá vens tu e dás-me a volta á cabeça. E resistir a tua tentação está cada vez a tornar-se mais dificil. Porque és tu que me tens na mão e não ao contrário como eu pensava. Tens-me na mão, e fazes de mim o que quiseres. E de certa maneira metes-me nojo, olho para ti e repugnas-me, sinto desdém. E é nessa altura que olhas pra mim, que passas os teus dedos no meu pescoço e sentes os fios do meu cabelo a passarem-te pelos dedos. E eu deixo, respiro e continuo enojada. Sinto a tua pele quente, seca e forte, passas a mão na minha pele e sinto o quanto trabalhas no dia a dia. Tens mãos de homem, sempre tiveste. É nesta altura que fecho os olhos, que tento resistir. Oiço o barulho da rua, oiço o som da minha respiração, oiço o som da tua respiração, oiço o som da nossa respiração. Respiro fundo. Sinto o cheiro do teu carro, o cheiro a velho, a cabedal, a gasólio, sinto o cheiro do teu corpo. Abro os olhos, vejo a escuridão da tua garagem, vejo as luzes do rádio, do conta quilometros e tenta distrair-me. Afasto-me e sinto a tua mão a delizar no meu pescoço até deixar de tocar no meu corpo, sinto o frio que deixas-te, o espaço cheio que voltou a ficar vazio. Sinto a saudade. Fecho os olhos, respiro, abro os olhos, comtemplo-te. A tua íris nunca esteve tão castanha, tão brilhante. Voltas a tocar-me, envolves a tua mão no meu pescoço. Tocas-me nos lábios, sentes o calor da minha respiração e sorris. Respiro fundo, fecho os olhos. Oiço o ranger do carro, abro os olhos. Estas mais perto, cada vez mais perto. Agarras-me pela cintura. Sinto-me encurralada, tento sair dos teus braços mas prendeste-me. Agarro os teus braços, mas não tenho força suficiente, sinto o palpitar da força do teu músculo. Respiro e num sulavanco expiro, solto um gemido. A minha respiração torna-se mais ofegante, a tua permanece a mesma, calma e suave. Agarras-me com força, quase que me magoas. Puxas-me para ti. Tento resistir, o meu corpo torna-se energia que so tu sabes controlar. Não tenho controlo sobre nada. Sinto-me quente, mas a coluna está fria, sinto o estomago ás voltas como se fosse vomitar, e na minha nuca sinto arrepios. Respiro mais três vezes e entrego-me. Agarras-me e puxas-me para cima de ti, passas as tuas mãos pela minha cintura e pelas minhas ancas, sentas-me em cima de ti. Obrigas-me a olhar-te de frente, passas os teus lábios na minha orelha e tremo. Escondo-me no teu ombro. Levantas a minha camisola e passas as tuas mãos quentes e ásperas nas minhas costas. Contornas o meu corpo com as tuas mãos e sinto a tua respiração a aumentar, o teu ritmo cardiaco está pelo dobro e o teu corpo treme. Estás transtornado, o teu corpo deseja-me e não sei como te fazer parar. Ajeitas-me em cima de ti e oiço o banco ranger. Tiras o cabelo da minha cara e tocas-me nos lábios. Fecho os olhos. Aproximas-te cada vez mais, sinto o teu corpo mudar mais depressa. Já não estás bem. Começas-te a suar e o som da tua respiração marca um ritmo. Estou entregue ao que tu quiseres, não tenho força, não sinto nada sem ser o teu corpo. Agarras-me pelo pescoço e tocas os teus lábios nos meus. Gemo. Voltas a tocar os teus lábios nos meus, volto a gemer. Agarras-me com mais força. Agarras-me na anca e puxas-me mais para ti. Estamos colados, a tua camisola está colada á minha, e sinto o teu batimento cardiaco. Metes a mão por dentro da minha camisola e agarras-me no sutian. Sinto a tua mão puxa-lo para baixo, e quando me apercebo do teu desespero, beijas-me! Beijas-me fogazmente, como se não houvesse amanha. Sinto o teu desejo apenas naquele beijo. Afastas-me e no meu ouvido sussuras - " Quero-te!" - Não consigo aguentar e entrego-me totalmente, e tu apercebes-te disso. O teu carro tornou-se no nosso refúgio, no escuro da tua garagem e no calor que embaciou os vidros. Somos apenas nos os dois naquele momento, não existe mais nada, nem ninguem. Somos consumidos pelo desejo e no meio daqueles corpos apercebo-me do quanto te odeio, do quando te acho nojento, no quando me causas repugnância, no quanto me causas desdêm e no quanto te amo! No quanto quero ficar contigo, no quanto és importante na minha vida, no quanto adoro estar contigo e no quanto te desejo. Adoro o que fazes ao meu corpo, o quanto o tornas teu quando estás comigo, do prazer que temos mutúamente e do segredo que só nós sabemos. A adrenalina de te ver passar na rua e tocar-te sabendo que não posso, dos olhares que me mandas, das mensagens que me envias quando estás com ela. Dos convites que fazes quando me vês no café. Das nossas noites em minha casa. Do cheiro a sexo que fica no teu carro. E durante duas horas foi assim que me senti, enojada, revoltada, apaixonada. E quando por fim me abraças, me beijas a testa e dizes - "depois falamos", amo-te mais que tudo nesta vida, e sinto-me viciada em ti. Porque és maconha, morfina, cocaína, ecstasy, heroína, crack, ópio, haxixe, cannabis, nicotina, cafeína, marijuana, codeína, és tudo. És a minha dependência acentuada. Anfetaminas, café, alucinogénicos, cigarros, muito tabaco, álcool, vícios perpétuos. Quero esse teu cheiro intoxicante que se mistura com o meu perfume cada vez que estamos juntos, que quase me asfixia por puro prazer e se alastra por todos os poros do meu corpo. quero o sabor da tua pele, que roubei com inocência, a desfazer-se no calor da minha. Quero injetar-te, provar-te, cheirar-te, snifar-te. Quero sentir as moléculas do meu corpo latejarem, só pelo simples acto de um beijo teu. Quero poder inalar-te, sentir-te a dominar-me as veias, a percorreres-me a corrente sanguínea, fixar-te em mim. Quero drogar-me. pressionar-te, sentir-te, amar-te. viciar-me em ti. Sentir penetrares-me o espirito e não aguentar a dose. És a minha droga. Quero não poder aguentar mais um olhar teu e desfazer-me em tamanha dor de tanto prazer. Quero não conseguir aguentar a tua imagem, a tua presença que me arranca os pulmões, quero injectar-te nas veias e sentir-te no corpo. Quero alucionar, tomar Speed's, acidos, e fumar erva. Quero-te na minha cabeça, quero-te no meu corpo, quero-te na minha vida. E quando saío do teu carro, da tua garagem. Olho para trás e percebo. Preciso de outra dose! E quando suspiras, olhas-me e voltas pa dentro é quando me apercebo. Metes-me nojo, és droga da pior, sou viciada, dependente, entregue a ti, vício. E é aqui que tomo consciencia, voltas-te a fazer o mesmo. Voltei a vender-me por outra dose. Sou viciada, drogada, e é insuportável.Voltas-te ao mesmo, voltas-te a ser a outra, a puta, a vagabunda, aquela que vai ter com ele. E assim paro, choro e fecho o pulso de dor e raiva. És o meu vicio e por ti faço tudo, odeio-te! Voltas-te a levar-me a fazer o mesmo. Voltas-te a traí-la e fizeste-o novamente comigo. Traís-te a tua namorada comigo outra vez. Porque adoras o que te dou e eu amo o que tu me dás. Porque só comigo tens fogo na cama, tens puro prazer de corpo que não sabes controlar.


És droga! És viciante, és nojento, mas amo-te!




1 comentário:

  1. Gostei de ler.
    Só deixarás de ser viciada se realmente quiseres e tiveres muita força de vontade. Caso contrário, é impossível. E isso acontecerá quando te cansares da situação, da tua posição... quando decidires que é tempo de seres "A" e não "a outra". Quando te aperceberes que, por muitos momentos de prazer imediato que te traga, por muito boa que a sensação parece no instante, essa droga só te fará mal... :(

    Beijinhos

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